*inicio texto/*>
De Onde Viemos? Onde Estamos? Para Onde Vamos?
Que era a “Luz” na “Luz” e a “Luz” no “sexo” era O Todo que contém tudo.
Que todas as religiões têm a mesma origem e a origem de tudo o que
existe está na Luz e no fogo, e a Luz e o fogo estão no sexo.
Que Deus, o criador, manifesta, pelos órgãos criadores, o fogo sagrado e a
luz, que criaram o Cosmo e todas as coisas visíveis e invisíveis.
Que esta luz é a imortalidade da alma.
Que este mistério é a chave da Iniciação Interna, é a porta do céu.
Que a Luz é a panacéia da saúde, da felicidade e da santidade.
Que o homem e a mulher formam a divindade uma, binária e triúna.
Que para ver Deus e falar com Ele, devem ser unidos por Ele e Nele.
Que quando se unem, Ele e Ela, pelo pensamento e pela sensação, formase
a criação.
Que o verdadeiro Deus reside na luz do Fogo Sagrado e que a adoração a
Deus deve ser neste Fogo.
Que todas as religiões, não podendo conservar a Luz do Fogo, procuraram
simboliza-lo por meio de milhares de símbolos e invenções mentais.
Que a verdadeira religião não está naquilo que o homem pode ver ou ouvir,
mas sim naquilo que pode sentir sem os sentidos.
E aquele que quiser chegar
a Deus deve buscar o caminho da sensação e não o caminho da oração.
Que o único ser que pode dar ao homem a sensação é a mulher.
Que o homem, ao adorar a Deus, intuitivamente adora também a mulher, e
esta o homem. O homem adora a mulher para produzir a sensação e a mulher
adora o homem para gerar o pensamento.
Que o sexo é a força sensitiva que gera o mundo, o homem e a ação, para
depois, pelo pensamento, regenerar o mundo e o homem, imortalizando sua
alma.
Que o Universo se sustém e mantém pelo Fogo – Luz do sexo, como
também pode ser destruído por ele.
Que o sexo condena e salva, regenera e destrói, segundo o uso, seja para
a salvação ou destruição.
Que o salvador do homem ou do mundo é o sexo, assim como também é a
perdição ou o demônio de ambos, mas o homem tem a liberdade de escolher
entre a salvação e a condenação.
Que todas as religiões, ao adorarem Deus, sem o saberem, o estão
adorando sob uma forma sexual e, como já foi dito, o sexo é o produtor do
Fogo e da Luz, nas cerimônias, ritos e símbolos. E o propósito de todas elas é
manter sempre aceso o fogo até obter a luz; os símbolos externos, com suas
cerimônias, têm por objeto auxiliar a sensação e o pensamento, ambos
debilitados pelos sentidos externos.
Que o instinto sexual é o impulso da Divindade Criadora, o pensamento
apenas modula a criação em harmonia ou desarmonia, em bem ou mal, em
anjo ou demônio.
Que a maior desgraça do homem e do mundo está na degeneração do
impulso criador e divino pelo pensamento. Por este motivo, o homem que se
fez Deus no Éden morreu.
Que assim como o sexo é a origem de todas as religiões, é também a base
de todo esforço, afeto, amor, fé, caridade, compaixão, santidade, arte, poesia e
de todas as coisas sublimes que a mente humana pode criar.
Que todo reino, poder e domínio nascem no impulso criador e, por sua
ausência, se extinguem.
Que o céu é a Luz do sexo, o inferno é sua fumaça e a vida é seu fogo.
Que o amor é uma manifestação do sexo e Deus é amor.
Que sem sexo não há amor e sem amor Deus não existe nem pode existir.
Que o sexo, em sua fonte de manifestação, é puro como a luz; porém,
como gratificação baixa, é ignóbil, e a nobreza reside no pensamento.
Que o sexo é a fonte de tudo o que é criado pelo amor. Porém, o amor não
pode existir na impotência, nem a imortalidade na degeneração. Porque na
degeneração não há aspiração, sem esta não há geração e sem geração não
há regeneração. Com a pureza do sexo, o homem pode conceber o amor que
o conduz a Deus, ao passo que, com sua impureza, fabrica um Deus que tem
os mesmos desejos do homem. Os deuses vingativos, os deuses que castigam
pelo pecado e pelo mal, são deuses impotentes, obra dos homens, que
chegaram à impotência sexual, e quem chega à impotência não pode ver a
realidade única.
Que Cristo, Hamsa, Buda, Hermes, Zoroastro, nada mais são que
indivíduos nos quais se manifestou a Luz Divina e esta Luz, em cada um deles,
os transformou em salvadores do mundo.
Que estes Cristos virão pela segunda vez – segunda vinda em cada um de
nós, isto é, que, depois da descida ao sexo ou inferno da geração física,
elevam o princípio da geração à regeneração. Então se realiza o mistério da
transfiguração do Cristo no Homem.
Que todo Salvador deve nascer de uma virgem (a Luz Inefável), Mãe pura e
casta, antes e depois de dar à luz seu filho.
Que a adoração do sol é a adoração a Deus-Homem, como pai que funda
seu fogo criador na natureza da mulher. E a adoração da lua é a da mulher
que, como a lua, influi sobre o crescimento e geração dos seres vivos.
Que os sete anjos do Senhor são sete entidades celestes emanadas do
Fogo Interno e residem diante do trono do Inefável, no corpo humano.
Que os doze signos são as doze faculdades da Luz que se encontram no
homem, Salvador do Mundo.
Que cada Salvador é a personificação da Luz do Pai e todo homem, para
salvar-se e ser Salvador, deve chegar à estatura do Cristo, isto é, chegar à
fonte da Luz. Todos os elementos do mal se desencadearam contra os deuses,
filhos do homem- Deus: fogo, ar, terra e água (o Dilúvio) se encontram no
corpo, que se salvou graças à Arca de Noé (útero da mulher). A primeira coisa
que Noé fez, ao sair da arca, foi acender o fogo sobre um altar para dar graças
a Deus (acender o fogo sagrado no altar da mulher, para cumprir a missão de
Deus).
Que o mistério da iniciação, com todos os seus símbolos, é o mistério do
fogo e da luz, que traz o homem iluminado ou identificado com o Sol, isto é,
que recebeu a luz e se converteu em Padre, como se intitulam os sacerdotes,
ou Padres Sagrados. Pelo Fogo Sagrado todos os homens são filhos de Deus
e, portanto, irmãos.
Que o batismo da água é a imersão do homem na mulher, pela geração, e
o batismo do Fogo é a retenção do fogo em si para fazê-lo acender e produzir
a regeneração; a imortalidade consciente é a Iluminação do Espírito Santo. O
Pão é o símbolo do Sol ou Fogo-Luz do homem e o vinho no cálix é a mulhermãe.
O primeiro desce da espinha dorsal e o segundo se acha na matriz
sagrada. E quando o Iniciado toma o vinho e o pão com seus discípulos
internos, o Fogo do Espírito Santo invade todo o corpo e o filho sobe ao Pai,
origem da Luz.
Que a invocação e oração dirigidas a Deus ou ao anjo é a vibração de um
pensamento que produz certo despertar, avivando a Luz interna. Cada dia da
semana, pela Lei harmônica, produz um avivamento do Fogo em um centro
particular dos sete que se encontram no corpo. (A filosofia Ioga os chama
“chacras”: segunda-feira aviva o “chacra” frontal; terça-feira, o esplêndido;
quarta-feira, o faríngeo; quinta-feira, o umbilical (plexo solar); sexta-feira, o
cardíaco; sábado, o fundamental (plexo sagrado), e, finalmente, domingo, o
coronário.)
Que o nome de Jesus significa o Sol e o nascer na gruta significa a matriz
da mulher.
Que o caos onde nasceu Osíris é a mesma matriz feminina ou caverna do
útero; portanto, a mesma história de Jesus se aplica a Osíris.
Que Ísis e Maria, ambas a personificação da mulher ideal, perfeita, podem
dizer, cada uma por si: “Eu sou a Deusa cujo véu nenhum mortal ousou
levantar, porque sob o meu véu se acham ocultos todos os mistérios.
Que José e Maria, Ísis e Osíris, Adão e Eva são os símbolos da Divindade
e pais de todos os deuses, porque os dois produzem o Filho, símbolo da Luz.
Que Vênus, Ceres, Vesta, Ísis, Maria, etc... todas simbolizam a mulher, a
lua e a água, que recebe a Luz do Pai para gerar o Filho, e os três formam a
Trindade em todas as religiões.
Que fogo usado em todas as religiões antigas e modernas é o símbolo do
Sol e este é símbolo do Fogo Criador no homem.
Que a cruz é o símbolo da união do homem e da mulher, que é um ato de
salvação.
Que o culto da Virgem Maria é a adoração ao aspecto feminino de Deus,
que está sintetizado na mulher. O parto é a criação, o mistério
incompreensível, que era atribuído diretamente ao Homem-Deus; e Maria, mãe
de Jesus, é a figura de Vênus, Urânia, Maia, Prosérpina, Ceres, Íris, etc.
Que o lírio nas mãos de José e, às vezes, nas de Maria, é o símbolo do
filho que brota do seio da mãe, como brota a flor da terra e o lótus da água.
Que a vara de Aarão ou de José é o símbolo do Poder Criador.
Que Ísis, Vênus, Maria, etc. têm o título de “rainha do Céu”, como a lua que
regenera.
Que a virgem deve, finalmente, pisar a Lua (elevar e dignificar o Poder
Criador), para ser coroada com doze estrelas (as doze faculdades do Espírito).
Que os obeliscos e capitéis dos templos são emblemas do falo.
Que o Salvador, em cada religião, é Quem simboliza o Fogo Criador, que
cria um corpo para ser habitado por uma alma e logo regenerá-la, porque tal
alma tem a oportunidade de salvar-se por si mesma.
Que o Salvador (o espírito) vem ao seio da mulher por intermédio do
homem, que é o representante de Deus, por intermédio do seu órgão criador e,
por isso, a humanidade antiga era mais pura, porque no ato da procriação via
unicamente Deus.
Que o falo é o signo da aliança entre Deus e o homem, por meio do rito da
circuncisão.
Que quando o homem lança, vã e estupidamente, sua semente, nunca
pode conhecer o Reino dos Céus, porque perde a substância sagrada para a
produção do Fogo Criador, que o conduz a Deus por regeneração.
Que sendo o homem templo do Deus vivo, dentro deste templo deve
habitar o Fogo do Inefável.
Que o nome de todos os salvadores são derivados e associados com o
Fogo-Luz, criador, aquela Luz mística e espiritual invisível: Júpiter, Apolo,
Hermes, Mitra, Baco, Adin, Buda, Krishna, Zoroastro, Fo-hi, Iaô, Vixnú, Xiva,
Agni, Balder, Hiram, Abiff, Moisés, Sansão, Jasão, Vulcano, Urano, Alá, Osíris,
Ra, Bel, Baal, Neho, Secrópus, Salomão, Jesus, todos eles têm um nome que
indica relações com a luz e o Fogo Criador. Prometeu, por amor à
humanidade, procurou atrair ao homem o fogo divino que o fez imortal, pois
nem os deuses puderam destruí-lo. Porém, os homens egoístas tomaram o
fogo divino e o empregaram para a destruição mútua e desafiaram os deuses,
que não podiam destruí-lo porque possuíam o fogo sagrado. Prometeu
(Lúcifer), por castigo, foi encadeado a uma montanha, onde um abutre vinha
devorar seu fígado (a natureza passional e emocional, que consomem o
homem), até que um ser humano lograsse dominar o fogo (passional) e se
fizesse perfeito. Esta profecia realizam-na Jesus, Hércules, Mitra, Krishna e
todos os iniciados que salvam, pela regeneração, Prometeu, veículo do sexo,
onde reside a energia solar.
Que todos os fogos dos altares são símbolos do Fogo Ígneo do sexo, e
assim como a chama consome o incenso, assim também o fogo sagrado, pela
regeneração, consome a natureza inferior, espiritualizando-a, como a fumaça
perfumada que se eleva, como as nuvens ao céu, até o trono do Senhor.
Que o homem é o criador ou gerador e a mulher é o elemento amor ou
regenerador, e, por seu intermédio, pode o fogo subir ao altar para alcançar a
Luz.
Que sem o contato da mulher não há manifestação divina. E que todas as
religiões são a imitação e símbolo do homem com a mulher, a fim de poderem
encontrar novamente Deus.
Que o objetivo de todas as escolas herméticas, antigas e modernas, e
sobretudo a Iniciação no Colégio dos Magos, era e é regenerar o homem por
meio da Energia Criadora Sexual.
*inicio fonte/*>
Fonte: Jorge E. Adoum
*fim fonte/*>
|