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É urgente repetir, às vezes, certas frases, quando se trata de compreender. Quero referir-me ao álcool.
Não há necessidade de discutir longamente sobre os efeitos do álcool. Seu próprio nome árabe (igual ao da estrela Algol, que representa a Cabeça de Medusa, cortada por Perseu) quer dizer, simplesmente, o Demônio...
E que seja, efetivamente, um demônio, ou maléfico espírito, quando se apossa do homem, é evidente e facilmente demonstrável por seus efeitos que vão desde a embriaguez ao “delirium tremens” e à loucura, consignando-se nos descendentes sob a forma de paralisia e outras taras hereditárias.
É inquestionável que, sendo um produto de desintegração que se origina, também, em nosso organismo, entre os que são eliminados pela pele, tem uma tendência vibratória desagregante, dissolvente e destruidora, secando nossos tecidos e destruindo as células nervosas, as que, gradualmente, se acham substituídas por cartilagens.
Resulta palmário e manifesto que o álcool tende a eliminar a capacidade de pensar independentemente, já que estimula, fatalmente, a fantasia, e de julgar serenamente, assim como debilita, espantosamente, o sentido ético e a liberdade individual.
Os ditadores de todos os tempos, os tiranos não ignoram que é mais fácil governar e escravizar um povo de beberrões que um povo de abstêmios.
É igualmente sabido que, em estado de embriaguez, pode-se fazer aceitar a uma pessoa qualquer sugestão e cumprir atos contra seu decoro e sentido moral. É demasiado notória a influência do álcool sobre os crimes, para que haja necessidade de insistir nisso.
O álcool horrendo sobe do precipício e cai no abismo da perdição; é a substância maligna que caracteriza de forma íntima os Mundos Infernos, onde só se escutam berros, aulidos, silvos, relinchos, chiados, mugidos, grasnidos, miados, latidos, bufares, roncares e coaxares.
O abominável Algol gira incessantemente, dentro do círculo vicioso do tempo.
Insinua-se por onde quer, sempre tentador; parece ter o dom da ubiquidade; tão logo sorri na taça de ouro ou de prata, sob o teto dourado do faustoso palácio, como faz cantar o bardo melenudo da horrível taberna.
O maligno Algol é, às vezes, muito fino e diplomático; vede-o, aí, brilhando perigosamente, entre a taça resplandecente de fino bacará, que a mulher amada vos oferece!
E diz o poeta que, quando, no macio e perfumado leito de caoba, a amada, ébria de vinho, desnudar-se pretendia, o anjo da guarda saia um momento...
Todos vamos a um fim; todos temos nosso nome na ânfora fatal. Nunca bebas, eu te digo, licor maldito, porque, se o bebes, prontamente errarás o caminho.
Vinhete bem forte de Sabina, em taças pequenas beberás hoje comigo, ainda que em ânfora grega fosse ele envasilhado, que o selei eu mesmo, exclama satanás do fundo do abismo...
Em suas negras profundidades, cada demônio sua faina cumpre, apanhando vinhas até o sol vespertino; e, como a deus te chama, quando na alegre ceia chega a hora de beber o fermentado vinho.
O que não desgasta o tempo? Já foram inferiores aos avós rudes nossos queridos pais; piores que eles somos nós; e, em melancólica decadência, entre o licor e a tragédia, nos segue uma viciosa descendência.
Hoje, tudo passou; esta pobre humanidade cheia de tantas amarguras se degenerou com o vício abominável do álcool.
E quem são esses tontos que pretendem negociar com Satã? Escutai, amigos! Com o sinistro Demônio Algol não é possível fazer componendas, arranjos, tramoias de nenhuma espécie. O álcool é muito traiçoeiro e, cedo ou tarde, nos dá a punhalada pelas costas.
Muitas pessoas de Thelema (Vontade) bebem tão só uma ou outra taça diária; trapaça maravilhosa. Verdade?
Arreglo? Compadrismo? Trapaça? Gentes inexperientes da vida; certamente a elas, falando-lhes em linguagem socrática, poderíamos dizer-lhe que não só ignoram, senão, ademais, ignoram que ignoram.
Os átomos do inimigo secreto, semelhantes a microscópicas frações de vidro, com o suceder do tempo e entre tanta melopeia, bebedeira ou ebriedade muito sutil e dissimulada, vão-se incrustando dentro das células vivas do organismo humano...
Assim, bem sabem os divinos e os humanos que o Demônio Algol se apodera do humano corpo, muito astuta e lentamente, até que, por fim, um dia qualquer, nos precipita no abismo da bebedeira e da loucura.
Escutai-me muito bem, estudantes do autoconhecimento! À luz do Sol ou da Lua, de dia ou de noite, com o Demônio Algol tendes que ser radicais! Qualquer compostura, transação, diplomacia ou negociação com esse espírito maligno está condenada, cedo ou tarde, ao fracasso.
Recordai, devotos da Senda secreta, que o eixo fatal da roda dolorosa do Samsara é umedecido com álcool.
Escrito está, com palavras de fogo, no livro de todos os mistérios, que com o álcool ressuscitam os demônios, os eus já mortos, essas abomináveis criaturas brutais e animalescas que personificam nossos erros psicológicos.
Como o licor está relacionado com o Vayú Tattwa (o elemento ar), bebendo-o, cairemos como a pentalfa invertida, com a cabeça para baixo e as pernas para cima, no abismo da perdição e de lamentos espantosos.
O poço do abismo, do qual sobe fumo, como de um grande forno, cheira a álcool.
Essa mulher do Apocalipse de São João, vestida de púrpura escarlate e adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, e que tem, na mão, um cálice de ouro cheio de abominações e da imundície de sua fornicação, bebe álcool; essa é a grande rameira, cujo número é 666.
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Fonte: Samael Aun Weor
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