*inicio texto/*>
Existem indivíduos que estão sempre
mal-humorados, ranzinzas, impacientes
e irritados. Muitas vezes não
há motivo aparente para isso e nem eles mesmo
sabem por que se sentem assim. Este problema
acomete cada vez mais pessoas e parece ser contagiante
(ou acaba afastando aqueles que convivem
com o mal-humorado).
Ficar mal-humorado eventualmente ou
irritar-se por um acontecimento desagradável
é normal no cotidiano. Mas permanecer assim
continuamente é uma condição que precisa ser
avaliada. O mau humor pode ser crônico e estar
associado à doença chamada distimia – que
atinge em média 3% da população mundial,
necessitando de tratamento específico.
Mas o que pode estar ocorrendo talvez seja
algo muito simples de resolver. A alimentação
e a atividade física exercem grande infl uência
sobre o humor, por isso devemos direcionar nossa
atenção para as mesmas.
É grande o número de pessoas que se alimentam
inadequadamente, seja por falta de tempo
ou por estarem “em dieta de emagrecimento” e
isto refl ete diretamente nos níveis de serotonina,
um neurotransmissor produzido pelo cérebro,
chamado de hormônio do bem-estar.
Dietas muito restritas, pobres em carboidratos
e outros nutrientes essenciais podem
provocar alterações metabólicas, aumentando a
irritabilidade, cansaço, podendo progredir para
a depressão. Da mesma forma, longos períodos
de jejum podem gerar baixos níveis de glicose e
serotonina, com aumento de adrenalina e cortisol,
interferindo diretamente no humor.
É importante incluir na alimentação alimentos
ricos em triptofano, aminoácido essencial,
nutriente utilizado pelo cérebro para a produção
da serotonina. O triptofano melhora o humor, o
sono, a sensação de otimismo e a auto-estima,
além de contribuir para controlar o comportamento
impulsivo. Fontes de triptofano: laticínios
(leite, queijo, iogurte), carnes (vermelha, peixe,
peru, frango), frutas (como banana, damasco,
abacate), cereais integrais, pães, batatas. O consumo
deve ser contínuo, porém equilibrado, pois
o excesso pode gerar letargia.
Devemos incluir também na rotina alimentar
Por Sandra de Quadros Marenco
Novos Rumos Ciência & Saúde 05
os alimentos ricos em vitaminas do complexo
B e vitamina C, pois o triptofano tem sua ação
melhorada na presença das mesmas. Alimentos
ricos em vitamina B (grãos integrais, oleaginosos,
carnes, peixes) promovem mais energia e reduzem
a irritabilidade e a fadiga.
A falta de alguns minerais como o selênio
pode ocasionar desânimo, distúrbios do humor e
depressão (que melhora com o consumo de pelo
menos uma castanha-do-pará por dia). A falta de
magnésio também pode provocar distúrbios do
humor, ansiedade e estresse, sendo essa carência
suprida com o consumo de peixes, aves, cereais
integrais, aveia e germe de trigo.
O sedentarismo pode reduzir também os
níveis de serotonina. Por isso a importância de
programar atividades físicas regulares, mantendo
um estilo de vida ativo no dia-a-dia, com tarefas
que exijam movimentação.
Para combater o mau humor é necessário
manter uma rotina saudável, alimentando-se
adequadamente, com refeições freqüentes e
equilibradas, exercitando-se com regularidade,
evitando sobrecargas de trabalho, estabelecendo
metas profi ssionais ou pessoais viáveis de cumprimento,
inclusive no que tange à dieta alimentar.
Optar por uma reeducação alimentar pode ser
um caminho mais sensato a ser seguido, diferentemente
de “dietas emagrecedoras mágicas”, que
“roubam” nutrientes e o nosso bom humor!
*inicio fonte/*>
Fonte: Revista Novos Rumos Ciência & Saúde
*fim fonte/*>
|