Page 119 - A REVOLUÇÃO DE BELZEBU - V. M. Samael Aun Weor
P. 119
água.Belzebu sentou−se à mesa, tirou seu barrete da cabeça e
cavalheirescamente começou a comer.
Era curioso ver aquela espécie de gorila sentado à mesa e servindo−se como
um senhor. Alguns chelas que se achavam naquele recinto dirigiram−se a
mim dizendo que aquilo era um desrespeito de minha parte, levando um
demônio àquele recinto. E, como era de esperar, miraram−no com asco e
deram−lhe desprezo. Eu contestei: Este também é um homem e merece que
seja respeitado. Belzebu tomou a palavra e em tom de profunda tristeza
disse: “Todos me desprezam. O único que não me despreza é meu amigo
Samael Aun Weor”.
Essa experiência astral me deu ânimo para continuar com meu ansiado
propósito de tirar Belzebu da Loja Negra e fazê−lo discípulo da Fraternidade
Branca.
Para alguns teosofistas parece−lhes impossível que o corpo astral possa
comer e beber. Para estes sua mística morbosa vive dizendo−lhes que o
corpo astral é algo vago, um fluido vaporoso, intangível e imaterial, e como
são apenas teorizantes, não lhes ocorre comprovar. Que ditos senhores
estudem Vivekananda para que fiquem inteirados de que seus corpos
internos (corpos astrais) também são materiais. Os gnósticos dizemos que
nada pode existir, nem mesmo Deus, sem o auxílio da matéria.
O corpo astral também é material e é um organismo tão denso como o físico.
Pelo fato de que a matéria em última instância reduza−se à energia, nem por
isso se pode negá−la quando passe ao referido estado. Se com o nosso
sentido da visão não o podemos ver, é porque pertence à 4a. Dimensão e
nossos olhos físicos não servem para ver o astral até que os tornemos aptos
ou que mergulhemos no mundo astral com nosso corpo físico. O organismo
astral é tão denso como o físico, porém pertence a outro departamento do
Reino.
O corpo astral é muitíssimo mais sensível que o seu correspondente físico.
Esse organismo é como uma duplicata do físico e tem que se nutrir com
alimentos afins, tal como faz o corpo denso. O ocultista utiliza o corpo astral
para estudar e para suas grandes investigações porque esse veículo está
vantajosamente colocado sobre o material. Para ele não existe tempo nem
distância e o que aprende fica de imediato gravado para sempre na
consciência do Ser. Assim, meu caro leitor, não estranhe que Belzebu tenha
ceado comigo no mencionado restaurante.
Várias vezes havia chamado à atenção ao Íntimo de Belzebu para que fizesse
algo por sua alma, porém a resposta de seu Íntimo era: “Não posso, não me
obedece, muito tenho lutado, porém é impossível”.
É que Belzebu, como os magos negros da Escola de Sodoma, considerava
que o Espírito é inferior e que a alma é superior, dizem que por ser mais
psíquica. Belzebu, igualmente aos discípulos da Escola de Sodoma, estava
convencido de que o Guardião do Umbral era seu Real Ser. Precisamente por
isso é que Belzebu não escutava seu Íntimo. Ele ignorava que estava no mal

